Na natureza, de
todos os seres vivos, principalmente os animais, o ser humano é o mais frágil,
sendo desprovido de recursos contra a variação climática e de sistema de defesa
próprios. Para adaptar-se ao meio ambiente e sobreviver a todas as
dificuldades, os primeiros hominídeos confeccionavam roupas a partir de peles
de animais e armas de pedra lascada, passando a de pedra polida até a era dos
metais. Com o desenvolvimento do cérebro ao longo do período evolutivo, o homem
passou a usar da razão para adaptar a natureza ao seu conforto, tornando-se
sedentário, e vivendo em comunidades organizadas em sistema de “pré-estado”, o
homem passou a dominar não só a natureza e os seres vivos, mas também os seus
semelhantes. Porém, a despeito de se destacar dentre os demais seres vivos,
devido à racionalidade e ao desenvolvimento da cultura, o homem sempre esteve
vulnerável às mais variadas espécies de enfermidades, muitas mortais. Uma das
doenças mais temidas e que se manifesta entre os humanos desde épocas remotas é
a lepra, denominada também de morféia, possuindo caráter crônico. Conhecida
desde os tempos bíblicos foi somente em 1874 que o médico norueguês Gerhard
Armauer Hansen (1841-1912) descobriu que a mesma era causa por um bacilo,
batizado de Mycobacterium leprae, mais conhecido como “Bacilo de Hansen”. Devido à ação do médico, a doença ficou
conhecida até os dias atuais como hanseníase. Segundo a Enciclopédia Barsa, a
doença apresenta duas formas principais chamadas lepra cutânea e lepra nervosa,
sendo que, em geral, aquela se associa a esta, sobretudo na fase inicial. A
moléstia é considerada levemente contagiosa nos dias atuais, ao contrário do
que os povos antigos supunham, donde o pavor à proximidade de qualquer enfermo.
As principais características são as manchas brancas ou avermelhadas na pele,
onde não há sensibilidade, não suam e não coçam. No estágio avançado ou
terminal, ocorrem, segundo a Barsa, “lesões ósseas e articulares, mutilações
pela destruição e queda de parte ou totalidade dos dedos. São também freqüentes
a úlcera da sola do pé e atrofias dos músculos da face”. Os portadores de tal
doença eram chamados de leprosos desde os tempos antigos; foram denominados
também de morféticos e atualmente são diagnosticados com a denominação de
hansenianos. Como mencionado, a doença era muito temida e os doentes quando
descobertos eram segregados das aldeias e cidades para um local bem distante
para esperarem pela morte que os aliviaria de tal padecimento.
Como afirmamos
anteriormente, os povos antigos principalmente os citados na Bíblia Sagrada
temiam a lepra de tal forma que ela constava na Lei de Moisés. No livro de Levítico
13, 45-46, do Antigo Testamento, está determinado que o “leproso atacado de
lepra trará suas vestes estraçalhadas e deixará em desordem seus cabelos,
cobrirá sua barba e gritará: ‘Impuro! impuro’. Por todo o tempo que durar sua
chaga, será impuro. Ele é impuro: habitará sozinho; sua morada será fora do
acampamento”. O texto acima foi direcionado para os hebreus que vagavam pelo Deserto
do Sinai, após a saída do Egito, e já norteava aos filhos de Israel, como
proceder em caso de manifestação da moléstia. A Bíblia narra diversos casos de
lepra, onde os doentes só se curavam após o arrependimento de alguma falta seguida
da intervenção divina. No livro dos Números 12, 1-16, é narrado o episódio da
lepra de Mírian, irmã de Moisés, punida por levantar-se contra o irmão. No
livro 2 Reis 5, 1-27, o texto bíblico narra o episódio de Naaman, general do exército
de Ben-Hadad II, rei de Aram ( atual Síria). Tendo adquirido a lepra, o
general, aconselhado por israelitas cativos dos arameus, procura o profeta
Eliseu, que o aconselha a mergulhar sete vezes no Rio Jordão, ficando assim
curado. Ainda em 2 Reis 15,1-7, consta como o Rei Azarias, de Judá, foi punido
com a lepra por ousar queimar o incenso no altar, função exclusiva do Sumo
Sacerdote.
Entretanto, é no
Novo Testamento, principalmente nos Evangelhos, que encontramos as mais
conhecidas narrativas históricas da ocorrência da lepra em especial entre os
judeus, então dominado pelo jugo do Império Romano. Um dos episódios mais
conhecidos é o de quando Jesus Cristo ao passar em um povoado na fronteira
entre as províncias da Samaria e da Galiléia encontrou dez leprosos que vinham
ao seu encontro, implorando-lhe a cura, conforme descrito no Evangelho de São
Lucas 17,11-19. Após a cura obtida, apenas um teria retornado para agradecer a
graça alcançada e o que chama a atenção é de que se tratava de um samaritano, grupo
étnico-religioso odiado pelos judeus da época. Outro episódio marcante no Novo
Testamento é do encontro de Jesus com Simão, o Leproso, que hospedou o rabino
em sua residência, o que causou indignação entre a elite religiosa judaica
submissa à Roma, conforme narrado no Evangelho de São Marcos 14, 3-9. Mas o que
marcou de forma significativa a doutrina cristã foi o conto narrado na parábola do rico avarento e do
pobre Lázaro. Segundo a narrativa de São Lucas 16, 19-22, havia “um homem rico
que se vestia de púrpura e linho, e se banqueteava esplendidamente todos os
dias. E jazia prostrado junto ao seu portão, um mendigo de nome Lázaro, todo
coberto de chagas, que desejava matar a fome com as migalhas que caíam da mesa
do rico, mas ninguém lhas dava, e os cães iam lamber-lhe as chagas. Lázaro
morreu e foi levado ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi para o
inferno”. Esse Lázaro citado na parábola de Cristo não deve ser confundido com
o sujeito homônimo, morador na cidade de Betânia, irmão de Marta e Maria. O
personagem da parábola é fictício ao passo que o segundo de fato existiu, e de
acordo com a narrativa bíblica morreu por outros motivos e foi ressuscitado por
Jesus Cristo.
Todavia, com a
expansão do cristianismo do Oriente para a Europa, atrelado à hegemonia da
Igreja após a queda do Império Romano, diversos personagens fictícios e na
maioria verídicos foram canonizados, tornando-se santos. Dentre os vários santos
católicos, destacamos, São Lázaro, referente ao personagem da parábola. Cultuado
na Europa, em particular no Reino de Portugal, São Lázaro tem a sua festa
litúrgica, comemorada no dia 21 de junho. Com o advento das grandes navegações,
conquista e colonização do continente americano, os reinos ibéricos trouxeram
também a religião católica e todo o seu panteão de santos, dentre os quais o já
mencionado São Lázaro Junto com o domínio luso no Brasil, veio além da fé
católica, diversas enfermidades, inclusive a lepra. De acordo com Cláudio
Bertolli Filho, desde os primórdios da colonização nos trópicos, houve uma
confusão ao diagnosticar determinadas dermatoses não contagiosas, a sífilis e a
lepra. O primeiro registro da tão temida doença ocorreu em 1768 na Capitania de
São Paulo. Nesse ano, segundo Cláudio Bertolli, “devido ao acelerado aumento do
número de casas, cogitou-se a instalação de um lazareto na Vila de Parnaíba.
Como esta medida não se concretizou os amedrontados paulistanos apenas se
mobilizaram para expulsar os lázaros dos núcleos urbanos, decisão repetida em
todos as vilas populosas”. Ou seja, repetia-se no Brasil colônia, as velhas práticas
segregacionistas dos tempos bíblicos. Além do mais, da mesma forma que ocorria
na Antigüidade e na Idade Média, “os enfermos eram tidos como pecadores vis,
enquanto que a moléstia era representada coletivamente como expressão da
punição divina”. Cláudio Bertolli afirma que ao expulsar os enfermos do
convívio urbano, os paulistanos equipavam os doentes com trapos e com algum
alimento para alguns dias. Após a expulsão os homens de “bem” traziam para a
rua ou praça a imagem do santo padroeiro e junto com o Vigário rezavam para a
purificação do ar, atribuído como causa da enfermidade. O referido historiador
cita uma dessas orações, extraída da obra de Flávio Maurano: “Em nome do Ds.
Padre Em nome do Ds.f. Em nome do
espírito Santo Ar vivo, Ar morto, ar de estupor, ar de perlezia, ar arenegado,
ar escomungado, eu te arenego. Em nome da Santíssima Trindade q. sayas do corpo
desta criatura, e q. vas parar no mar sagrado pa. q. viva sam e alliviado”.
Concomitantemente,
o número de doentes expulsos elevou-se de tal forma que o Capitão-General da
Capitania de São Paulo, Dom Luiz Antônio de Souza Botelho Mourão, o Morgado de
Mateus, demonstrou o interesse em combater a epidemia de lepra. Para a
autoridade colonial, as causas da lepra variavam desde a escassez de víveres
até a falta de higiene. Havia ainda o fato de que não foi alterado em nada o hábito
das pessoas de dormir no chão de terra batida, sem proteção alguma para a pele.
Porém, mesmo as autoridades incentivando o estabelecimento de área afastada
para os leprosos, a Câmara Municipal da Vila de Santos determinou e derrubada
do rancho em uma chácara de uma cigana leprosa, além de proibí-la de se banhar
nos córregos próximos à área urbana. Mesmo não sendo expulsa, a idéia ficou
implícita na demolição de sua moradia. Ainda segundo Cláudio Bertolli, o
isolamento dos enfermos deveria “ocorrer em local o mais longe possível dos
povoados e dos caminhos dos viajantes, isto é, nas proximidades do sertão.
Nesta situação, os enfermos continuavam desamparados, pois a eles próprios
caberia a responsabilidade de conseguir alimentação e tratamento de saúde”. Por
outro lado, popularizou-se o costume de relacionar o nome próprio “Lázaro”, com
a doença, daí resultando a afirmação de que o nome citado signifique leproso.
Entrementes, em
1820, o Capitão-General Visconde de Oeynhausen encarregou José Arouche de
Toledo Rendon de realizar um censo de leprosos que habitavam a Província de São
Paulo. Mesmo com falhas, o censo apurou 564 morféticos. Conforme Bertolli,
desse total, “371 casos (65,8%) foram localizados na região vale-paraibana,
sendo que Taubaté contava com 92 leprosos ou 16,3% dos enfermos que
peregrinavam pelo território paulista”. Os dados acima registrados a respeito
de Taubaté indicam que, apesar de os leprosos serem expulsos para áreas
remotas, desde meados do século XVIII, eles concentravam-se justamente nas
imediações dos centros urbanos. Diante de tal cenário, o futuro patriarca da Independência,
José Bonifácio de Andrade e Silva solicita ao Visconde de Oeynhausen, a
instalação de um novo lazareto, em ofício de 10 de julho de 1820. Em outro ofíicio,
de 30 de maio de 1822, Bonifácio cobra da autoridade provincial, o lazareto que
não foi instalado. Como visto, a solução mais “fácil” era a exclusão e o
isolamento. Praticamente, no mesmo período, ou seja, terceira década do século
XIX, a Vila de Lorena registrava a presença dos morféticos. De acordo com a análise
de José Geraldo Evangelista, em 1826, através de ofício de 28 de janeiro, o
Presidente da Câmara Municipal comunica ao Governo Provincial, que não havia
sido possível reenviar para o Hospital da Capital, os leprosos que haviam
fugido de lá e nem os que perambulavam pelas ruas e caminhos da Vila de Lorena.
Em 1850, novamente a questão dos “lázaros” é evocada, desta vez pelo Vigário, que em suas prédicas mencionava o grupo de
leprosos, na maioria, negros, que iam e voltavam de Guaratinguetá para Lorena,
através da Estrada Geral, ficando a pedir esmolas aos sábados e domingos na
vila lorenense. O pároco alerta para o perigo do contato dos morféticos com os
escravos e pede a transferência dos enfermos para o Hospital da Capital.
Ao abordar também
a questão, o historiador Carlos Eugênio Marcondes de Moura afirma que a necessidade
urgente de um hospital próprio para os morféticos fez com que o Presidente da
Província Manuel Machado Nunes sugerisse “o emprego dos rendimentos da Capela
de Aparecida na construção de um hospital junto à mesma, em 1840. Dois anos
mais tarde o projeto de um asylo de Lázaros (sic.) permanecia apenas formulado”.
Ainda segundo Moura, em data não especificada, um grupo de leprosos teria
atacado o Sr. Joaquim de Assis Oliveira Borges, filho do Visconde de
Guaratinguetá, próximo á Fazenda Senhora do Carmo de sua propriedade,
derrubando-o do cavalo e cobrindo-o de mordidas. Conforme Carlos Eugênio, era
crença entre os morféticos, “que se mordessem sete pessoas sadias se livrariam
da doença”. Em 1860 ao passar por Guaratinguetá e descrever as necessidades que
a vila necessitava, o jornalista e viajante luso-brasileiro Augusto Emílio Zaluar
afirma que uma das mais urgentes era “a criação de um hospital de Misericórdia,
e providências eficazes para a remoção de grande número de morféticos, tanto de
Minas como de outras províncias, que habitam em toda a extensão a estrada até
S. Paulo”. Ainda em Guaratinguetá, Zaluar visita a capela de Nossa Senhora
Aparecida e ao narrar as diversas graças e milagres atribuídas à santa, afirma
que as “muitas curas que tem operado nos enfermos do mal de S. Lázaro, que
tanto abundam neste ponto da província de S. Paulo e na de Minas, (...) são o
incentivo à maior parte das romarias que o povo faz a este templo solitário e à
protetora imagem da Senhora da Aparecida”. Quando informado que os fiéis
planejavam edificar um templo mais amplo para abrigar os romeiros, Zaluar se
opõe à medida, alegando que ao invés de uma igreja deveria ser construído um
hospital sob a invocação da mesma santa, “consagrada a recolher a grande
quantidade de morféticos que infestam as estradas e os caminhos de quase todo o
norte da província, oferecendo aos olhos do povo” um triste espetáculo. Ainda
segundo o viajante que se revolta com o descaso, “compunge o coração ver esses
desgraçados dentro de suas choupanas de palha, coberto de andrajos e de lepra
estenderem a mão a quem passa, pedindo-lhe um óbulo para matarem a fome. É
realmente um quadro este que não tem perdão nem desculpa em pleno século XIX”.
Na opinião de Zaluar, o reduto dos morféticos era também utilizado como abrigo
para escravos fugidos de seus senhores, ocasionando em muitas vezes de
contraírem a moléstia, e a solução definitiva seria a criação de em hospital de
lázaros, pois assim, além de homenagear a divindade, aliviaria os sofrimentos
dos doentes. Em Pindamonhangaba, o jornalista levanta novamente a questão ao
defender para a vila a principal solução, que é, “como em Guaratinguetá, remover
os morféticos, que em chusmas invadem a cidade aos domingos a solicitar a
caridade pública”.
O conjunto de
choupanas de leprosos descrito por Zaluar representaria um tipo de arraial ou
aldeia, o qual consta em um ofício da Câmara Municipal da Vila de Lorena e
datado de 11 de novembro de 1863. Citado por José Geraldo Evangelista, tal ofício
denunciava que, aproximadamente 30 morféticos, “que residem em uma espécie de
aldeia entre Guaratinguetá e a Capela de Aparecida, que vêm todo sábado tirar
esmola em Lorena, embriagando-se, brigando e fazendo algazarra, estavam a
exigir uma providência que não se sabia qual poderia ser”. A afirmação de que
os leprosos embriagavam-se e promoviam baderna em Lorena serviria de
justificativa para as autoridades expulsá-los do convívio urbano. Isto
significa que, apesar da “boa” vontade das autoridades políticas e de parte da
sociedade, a receita para os morféticos era sempre o isolamento e a rejeição;
eles eram excluídos da sociedade porque eram indesejáveis. Apesar das
conclamações de líderes políticos, estadistas, jornalistas e viajantes, como
era o caso de Zaluar, não foi construído um hospital próprio para os portadores
do mal de São Lázaro no Vale do Paraíba. Além do Hospital da Capital em São Paulo, houve apenas um
destino aos leprosos em Ilha
Grande, litoral do Rio de Janeiro, inaugurado em 1884, no
crepúsculo do Império.
Ao longo do
século XX, graça à descoberta de Hansen, a lepra ou como é denominada
atualmente, a hanseníase foi sendo pesquisada e o tratamento para a referida
moléstia foi desenvolvido. Além da educação sanitária, ideal para a prevenção,
o tratamento consiste também, em casos consolidados, de processos com substâncias
químicas, em especial as chamadas sulfonas, segundo a Enciclopédia Barsa.
Atualmente, no início do século XXI, a comunidade científica e médica orientam
para a prevenção e o diagnóstico precoce, como ocorre nos casos de câncer. Em
quaisquer situações, contudo, todas as medidas no sentido de combater a
enfermidade, deviam ser tomadas ou orientadas por pessoal altamente
especializado. O preconceito e a discriminação infelizmente ainda ocorrem e, passados
mais de 150 anos podemos fazer eco às palavras de Augusto Emilio Zaluar,
mantendo, porém, as devidas proporções. Ou seja, em pleno século XXI, com todos
os avanços da medicina e da ciência, a primeira atitude que tomamos, ao nos
depararmos com um hanseniano, ou leproso, é a de mantermos distância, apesar de
comprovado cientificamente que a mera presença de um “morfético” não resulte no
contágio direto como a doença. O autor do presente artigo encerra, enviando um
forte abraço ao grande amigo, colega de trabalho e eminente Teólogo, o Sr. Lázaro
Marinho Barreto, residente na cidade de São José dos Campos. Até a próxima.
Eddy
Carlos
Dicas para consultas.
BARSA, Enciclopédia. Volume 8. Infecção. Encyclopaedia Britannica Editora / Cia. Melhoramento. São
Paulo, 1973.
DUTRA, Cônego Antônio de Paula. História de Jesus. Série Sagrada. Edição Especial. EBAL. Rio de
Janeiro, 1955.
EVANGELISTA, José Geraldo. Lorena
no Século XIX. Coleção Paulística. Vol. VII. Imprensa Oficial. São Paulo,
1978.
FILHO, Cláudio Bertolli. Vale
do Paraíba: Saúde e Sociedade (1750-1822). UNIVAP. São José dos Campos,
1995.
Moura, Carlos Eugênio Marcondes de. O Visconde de Guaratinguetá. Um titular do café no Vale do Paraíba.
Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia. Governo do Estado. São Paulo,
1976.
ZALUAR, Augusto Emílio. Peregrinação
pela Província de São Paulo (1860-1861). Biblioteca Histórica Paulista.
Vol. II, Livraria Martins Editora. São Paulo, 1976
E-mail: eddycarlos@ymail.com
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