Desde o período colonial no Brasil a elite agrária detinha
o poder em sintonia com a Metrópole. Portugal necessitava de apoio dos grandes
proprietários de terras e escravos para assegurar a sua possessão ultramarina;
em troca concedia favores e privilégios. Na realidade, um necessitava do outro,
representando um conchavo entre o Estado e particulares. Na maioria das vezes,
confundia-se o público e o privado, sempre visando à manutenção ou ampliação
dos interesses dos senhores escravistas e da nobreza lusa, tanto nos trópicos
como na Europa. A principal benesse da Corôa era a concessão de sesmarias, ou
seja, a doação de vastas extensões de terras, tomadas dos indígenas, para
quaisquer que tenham prestado “relevantes” serviços ao rei. As sesmarias, em
geral, possuíam uma delimitação de uma légua de frente por três de fundo, ou
seja, aproximadamente 100 km². Como um determinado “colaborador” do rei solicitava
uma sesmaria para si e outra para filhos, irmãos, etc, isso pode ser a origem
dos imensos latifúndios brasileiros. Por outro lado, o poder e a influência dos
senhores de terras, escravos e engenhos eram tão respeitados, que durante a
ocupação holandesa no Nordeste no século XVII, procurou-se cooptar o apoio dos
mesmos por parte das autoridades batavas. Nassau, por exemplo, mandou restituir
a muitos senhores de engenho, as propriedades confiscadas durante a guerra
decorrente da invasão de Pernambuco em 1630. O domínio holandês se mantém até
1654, sendo que nesse ano, Portugal, após guerrear as forças holandesas,
expulsa-as do território brasileiro, reassumindo o controle total da colônia.
Nas
capitanias do Sudeste e Sul, a relação com os proprietários rurais não diferia
muito da do Nordeste. Na Capitania de São Paulo, por exemplo, a administração dos
municípios era entregue aos capitães-mores, geralmente, senhores de terras e
escravos, os quais tinham a incumbência de desbravar a região selvagem,
“catequizar” os índios e promover a povoação com a fundação de novas vilas,
garantido assim a hegemonia do Estado em conluio com a Igreja. Ao tomar posse
de uma sesmaria, o primeiro ato era a construção de uma capela, que ao ser
benta, a Igreja legitimava a ação do Estado. Na região do Vale Paraíba, temos
exemplos de alguns dos capitães-mores que promoveram a ocupação do vasto
território, como o Capitão-Mor Antônio Dias de Oliveira, de Taubaté, Domingos Antunes
Fialho e Manuel da Silva Reis, de Guaratinguetá, Manuel Domingues Salgueiro e
Manoel Pereira de Castro, pai e filho, de Lorena, Dyonisio da Costa, de
Taubaté; José de Araújo Coimbra, de Jacareí; Inácio de Araújo Ferraz, de São José
do Parahyba; Gaspar Vaz e José Preto (sogro e genro), de Sant’Anna de
Mogi-Mirim (Mogi das Cruzes), etc. O cargo de Capitão-Mor era o principal da
administração das vilas, cabendo-lhe a responsabilidade pelas obras públicas, além
de ações policiais e militares, agindo em conjunto com a Câmara Municipal e os
juízes de determinada localidade. De acordo com a análise do Profº. Francisco
Sodero Toledo, o Capitão-Mor era “escolhido por meio de lista tríplice
elaborado pelo Senado da Câmara, pelo governador da capitania, a quem ficava
diretamente subordinado. Nomeado por três anos, podia ser reconduzido por igual
período a critério da autoridade superior”.
No
alvorocer do século XIX, a Europa “fervilhava” com os ecos da Revolução
Francesa e os seus efeitos materializados com o avanço e as conquistas
militares de Napoleão Bonaparte. Oriundo da referida revolução, Napoleão
representou a ascensão da burguesia européia em detrimento da velha ordem do Antigo
Regime absolutista. Porém, valendo-se de práticas absolutistas, Napoleão, com
seu exército, depõe quase todas as “cabeças coroadas” dos reinos europeus que
simbolizavam a velha ordem. Nos diversos paises submetidos a França, Napoleão
instalou governos títeres, em geral membros de sua própria família. Com o
bloqueio continental, que visava enfraquecer a Inglaterra, Portugal se viu
entre a “cruz e a espada”; se obedecesse à França seria invadido pelos
ingleses; se rompesse tal bloqueio ocorreria o mesmo pelos franceses.
Procurando ganhar tempo, o Príncipe Regente Dom João, procurou “acalmar” a
França, enquanto negociava com a Inglaterra a fuga para o Brasil. Impaciente,
Napoleão ordenou ao General Andoche Junot que invadisse Portugal no inicio de novembro
de 1807. No dia 29 de novembro, enquanto as tropas francesas ocupavam Lisboa, a
corte lusitana acabava de deixar a Metrópole, abandonando o povo português à
própria sorte nas mãos dos ocupantes. No dia 08 de março de 1808, a família real
desembarca no Rio de Janeiro. Nos trópicos, Dom João, que governava em nome de
sua mãe. Dona Maria I, a Louca, implantou as bases de um novo Império
Português, o que se concretizou com a criação do Reino Unido de Brasil,
Portugal e Algarves; após a morte da rainha, foi coroado como Rei Dom João VI
em 1815.
Todavia,
mesmo presente em terras tropicais, o monarca luso necessitaria do apoio da
elite colonial para reinar e governar, ainda que com a abertura dos portos, os
comerciantes ingleses tivessem privilégios, pagando menos impostos do que os
próprios portugueses. Ao apoio recebido das elites lusa e brasileira, o rei
retribuía com favores diretos e títulos de nobreza. Com a independência em 1822,
Dom Pedro I prosseguiu no sistema de cooptar as elites nacionais para o seu
projeto de governo, caindo em desgraça quando teve ataques de autoritarismo,
que o levou a renunciar em 1831, após forte desgaste político e pessoal junto à
nação. Com a renúncia assume o poder a Regência Trina Provisória, composta do
Senador Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, Brigadeiro Francisco de Lima e
Silva e José Joaquim Carneiro de Campos. Esse triunvirato durou de 8 de abril
de 1831 até 17 de junho do mesmo ano, sendo substituído por outro, compondo a
Regência Trina Permanente com a permanência de Lima e Silva e a inclusão de Bráulio Muniz e Costa Carvalho.
Nessa regência teria destaque o Ministro da Justiça, o Padre Diogo Antônio
Feijó, por sua violenta repressão às revoltas, motins e manifestações populares.
Governando em nome do jovem príncipe Dom Pedro de Alcântara, menor de idade,
tal regência permaneceu no poder de 17 de junho de 1831 até 12 de outubro de
1835. Desse dia, até 19 de setembro de 1837 vigorou a Regência Una, tendo Feijó
como regente. Em seguida assumiu a Regência de Araújo Lima, permanecendo até
1840. Durante a atuação do Padre Feijó como ministro, o pais estava em ebulição
política que ameaçava a unidade territorial, contagiando até mesmo o Exército,
que fora enviado para as fronteiras. Para conter os distúrbios, Feijó cria uma
milícia, composta, segundo Ângela Viana Botelho e Liana Maria Reis, de tropas
de cavalaria, infantaria e artilharia, “formadas principalmente por empregados
das fazendas (...)”. Comandada pelos fazendeiros, a Guarda Nacional reforçou “o
poder local das oligarquias: os postos mais graduados eram ocupados pela
aristocracia rural e por pessoas politicamente poderosas e influentes em sua
região, que recebiam o título de coronéis”. No ano de 1850, o Governo Imperial
delegou o controle da Guarda Nacional às autoridades policiais e a nomeação dos
titulares passou a ser atribuição do poder executivo. Mesmo assim, a elite
agrária mantinha os seus privilégios, pois o imperador Dom Pedro II
condicionaria a referida nomeação e outras benesses àqueles que apoiavam o
Governo Central e, ainda que militando nos partidos políticos, o Conservador e
o Liberal (que se alternavam no poder), a ampla maioria dos proprietários rurais
escravistas legitimava o Segundo Reinado.
Na região
valeparaibana paulista, diversos fazendeiros cafeicultores escravistas
integraram o quadro de oficiais da Guarda Nacional, exercendo assim, o seu
domínio inconteste nas várias vilas da região em questão. Alguns, além de
portarem a patente da referida intuição, ostentavam títulos nobiliárquicos com
as quais o Império garantia o seu apoio, tornando-os um dos sustentáculos da
monarquia. Para exemplificarmos um pouco esses mandatários valeparaibanos, que
acumularam fortunas, graças ao trabalho escravo citemos alguns dos mais
destacados membros da Guarda Nacional no Vale do Paraíba. Na Vila do Bananal de
acordo com a análise do saudoso Profº. José
Luiz Pasin, foram oficiais da mencionada corporação: Luiz da Rocha Miranda
Sobrinho, o Barão do Bananal, exercendo o posto de Tenente-Coronel, dono das
fazendas Taquaral, Limoeiro, Palmeiras, Serra e Novo Destino; Pedro Ramos
Nogueira, o Barão de Joatinga, ocupando o posto de Capitão, proprietário das
fazendas Loanda, Paineiras, Glória, etc. Outro oficial bananalense foi Cândido Ribeiro
Barbosa, o Barão de Ribeiro Barbosa, Comandante do VI Esquadrão de Cavalaria
com a patente de Major, dono das fazendas Rialto, Cachoeirinha e Coqueiros. Foi
também oficial Henrique José da Silva, Visconde de Ariró; e também José de
Aguiar Toledo, o Barão da Bela Vista. De acordo com Pasin, o Barão foi
proprietário “das fazendas Bela Vista, Saudade, Rio Manso, Bom Retiro,
Campinho, União do Turvo. Suas terras mediam 750 alqueires, com 720 mil pés de
café, cultivados por 450 escravos”. Outros membros da Guarda Nacional em Bananal,
segundo a análise de Agostinho Ramos, foram Manoel de Aguiar Vallim, Tenente-Coronel
e proprietário da Fazenda Resgate, Tenente-Coronel José de Magalhães Couto, Major
José de Aguiar Vallim, Antônio José Nogueira, entre outros. Na Vila de
Guaratinguetá, Francisco de Assis e Oliveira Borges, o Visconde de
Guaratinguetá, foi nomeado em 1854, Comandante Coronel da Guarda Nacional, atuando
juntamente com outros fazendeiros oriundos de famílias como Guimarães,
Marcondes, Camargo, Nogueira e os Rodrigues Alves. Em Lorena exerceram o posto
de comando da Guarda Nacional Antônio Moreira de Castro Lima, o Barão de Castro
Lima; o irmão deste Joaquim José Moreira Lima Júnior, o Conde de Moreira Lima;
o Coronel José Vicente de Azevedo, o segundo deste nome, proprietário da Fazenda Amarela. O Almanaque Laemmert de 1857 registra
naquele ano, o Tenente-Coronel João José Rodrigues Ferreira, como comandante
supremo, além do Capitão Rodrigo Luiz Gonçalves Bastos, Tenente Antônio Joaquim
Barbosa, Tenente Francisco José Gomes Serapião e o Capitão Mariano Ferreira da
Silva, os dois últimos fazendeiros no Embaú, então Freguesia pertencente à
Lorena.
Na Vila de
Nossa Senhora da Conceição do Cruzeiro, ou seja, no Embaú, os oficiais da
Guarda Nacional foram o Major Manoel de Freitas Novaes, dono da Fazenda Boa
Vista e membro do Partido Conservador e o Major Chrispim Bastos, da Fazenda Rio
Branco integrando o Partido Liberal, entre outros. Em Pindamonhangaba, um dos
lideres da Guarda Nacional foi Inácio Bicudo de Siqueira Salgado, o Barão de
Itapeva, proprietário da Fazenda Tetequera, além do 1º. Barão de
Pindamonhangaba, Manoel Marcondes de Oliveira Mello, dono das fazendas Mombaça
e Trabiju, ocupando o posto de Tenente-Coronel; e do Visconde de Pindamonhangaba,
Francisco Marcondes Homem de Mello, este Major depois Coronel. Outro que se
destacou na Guarda Nacional na referida vila foi Antônio Salgado da Silva, o
Visconde da Palmeira, nomeado em 1863, capitão da reserva da instituição;
durante a Guerra do Paraguai, auxiliou financeiramente o Governo Central, de
acordo com José Luiz Pasin. Na Vila de Taubaté, Manoel Gomes Vieira, o Barão de
Pedra Negra exerceu o posto de Tenente-Coronel da Guarda Nacional, ao lado do
Coronel Jordão Pereira de Barros, o Barão Pereira de Barros. Outros titulares da Guarda Nacional em Taubaté
foram o Barão de Pouso Frio, Coronel Mariano José de Oliveira e Costa e o
Visconde de Tremembé, o Coronel José Francisco Monteiro, avô do escritor
Monteiro Lobato e proprietário da Fazenda Buquira. Em Jacareí foi comandante da
Guarda Nacional o Coronel Licínio Lopes Chaves, o 2º. Barão de Jacareí, ao lado
do talvez mais influente e poderoso, o Alferes João da Costa Gomes Leitão, rico
escravocrata cafeicultor, acionista da Estrada de Ferro São Paulo-Rio, com seu
genro de Lorena, Antônio de Castro Lima. O Alferes Leitão também foi um dos
financistas da Guerra do Paraguai no Vale do Paraíba. Outra fonte de riqueza do
Alferes foi a usura, além do tráfico de escravos, segundo a análise de Benedicto
Sérgio Lencioni. O historiador afirma que João da Costa Gomes Leitão
“emprestava dinheiro a inúmeros fazendeiros de Jacareí mediante a hipoteca de terras
e escravos. (...) aparece em inúmeras escrituras como financista, emprestando
dinheiro ou comprando terras. Em 29 de maio de 1843, emprestou sete contos,
quinhentos e cinqüenta e nove mil e duzentos e sete reis (7:559$207) ao juro de
18% ao ano, pelo prazo de um ano, recebendo como garantia vinte escravos e um sítio
no Bairro do Mato Dentro, em Jacareí”. Dentro desse cenário sócio-político-econômico
de meados do século-XIX, algumas localidades faziam exceção, como é o caso de
São José do Parahyba (São José dos Campos). Ainda que se baseasse no sistema
escravista e com o cultivo da rubiácea, a futura Capital do Vale nunca se
destacou entre as demais vilas produtoras de café e, não teve a presença de
famosos coronéis ou barões, que exercesse autoridade sobre uma determinada
região. Para as historiadoras Maria Aparecida Chaves Ribeiro Papali e Valéria
Regina Zanetti de Almeida, essa “foi uma peculiaridade das lavouras de café de
São José dos Campos, onde mesmo as maiores fazendas não tinham grandes
dimensões”. A análise das historiadoras citadas é corroborada pelo depoimento
do jornalista luso-brasileiro Augusto Emílio Zaluar. Em viagem pelo Vale do
Paraíba em 1860, ao passar pela Vila de São José, o viajante afirma em seu
relato que è “triste realmente que um povoado tão favorecido pela natureza seja
pobre e humilhado diante dos outros municípios, que tendo proporções para socorrer
os vizinhos, se ache forçado a recorrer a eles. Tendo as condições favoráveis
para exportar muitas centenas de mil arrobas de café, exporta apenas cem mil”.
Apesar de
exercer sua autoridade nas vilas e povoados, garantidos pelo poder central, é
com a República que o poderio dos fazendeiros se acentua. O novo sistema de
governo que depôs a monarquia implanta no país a descentralização
político-administrativa, aumentando a autonomia das Províncias, agora chamadas
de Estados. Dessa forma, o Governo Republicano acaba reforçando o poder local
das oligarquias e dos oficiais da Guarda Nacional. Numa troca intensa de
favores pessoais em que não se distingue o público do privado, o Brasil entra
na faze do “coronelismo”. A autoridade e os caprichos do “Coronel” tornam-se
indiscutíveis, chegando ao ponto de desafiar o próprio Estado. Embora o
fenômeno do coronelismo tenha sido mais forte no Nordeste, o Sudeste e,
principalmente o Vale do Paraíba, também vivenciaram tal fase. Em São José dos Campos, quem
simbolizou o coronelismo foi o Coronel João Alves da Silva Cursino, tendo sido
prefeito da cidade entre os anos de 1908 a 1910; 1913 a 1917 e de 1918 a 1930, quando foi
afastado do poder pela ascensão de Getúlio Vargas. Na cidade de Cruzeiro,
mantiveram sua influência e autoridade, o Major Chrispim Bastos, já mencionado,
o irmão deste Capitão Avelino Bastos e o Tenente-Coronel José Francisco de
Oliveira Castro, entre outros.
Todavia,
antes da Vila do Cruzeiro ser transferida do Embaú para o local atual, o Major
Chrispim Bastos integrou o quadro de oficiais da Vila da Bocaina (Cachoeira
Paulista), junto com o irmão Avelino. De acordo com a narrativa de Agostinho
Ramos, por “decreto de 28 de junho (1892) foi nomeada a Guarda Nacional da Vila
de Bocaina, a ela se incorporando vários elementos do Embaú”. Compondo o
comando superior figuravam o Tenente-Coronel José Joaquim Ferreira e o Tenente
Domiciano Rodrigues Pinto; como Secretario Geral, o Major Chrispim Bastos; como
Fiscal, o Major Alacrino Nunes de Melo. A 4ª. Companhia era chefiada pelo
Capitão Avelino Bastos, integrando-a também, os Tenentes João de Godoy Fleming,
proprietário da Fazenda Godoy no Embaú, e João Henrique dos Santos, além do
Alferes José de Godoy Fleming, do Embaú-Mirim e do Alferes Antônio Modesto
Pinto. Atuava como Tenente-Secretário Manuel Luiz Domingues Bastos, filho de
pai homônimo comerciante de Lorena, e irmão dos “Bastos” citados acima. Com o
advento da República, a autoridade local na Vila da Bocaina passa a ser exercida
pelo agora Coronel Domiciano Rodrigues Pinto, ocupando a Intendência e após breve
intervalo, a Prefeitura. Por outro lado, podemos avaliar a “ida” de fazendeiros
e lideres políticos do Embaú, para compor o comando da Guarda Nacional de
Bocaina, como resultado da decadência da Vila do Cruzeiro. Desde a inauguração
da Estrada de Ferro “Minas and Rio Railway” em 1884, o Embaú, sede municipal
entrara em estagnação, devido ao deslocamento do fluxo econômico para o Povoado
da Estação (atual cidade de Cruzeiro). Com a transferência da sede político-administrativa,
os irmãos Bastos, contrários à medida, vão justamente comandar a política na
nova cidade de Cruzeiro.
Contudo,
em 29 de maio de 1918, o Governo Federal, através do Decreto nº. 13.040,
organiza o Exército Nacional de 2º. Linha e declara dissolvidas as unidades e
os comandos da Guarda Nacional, ressalvando, porém as prerrogativas e direitos
dos oficiais da instituição extinta, aproveitando-os na Força Armada terrestre.
Ou seja, embora tenha extinguido a Guarda Nacional, o Governo Federal manteve
intacta a estrutura de poder local da elite agrária e o prestigio dos coronéis
em todo o território nacional. A sua palavra ainda tinha o peso da Lei e,
utilizando-se do voto de cabresto, iam se perpetuando no poder, garantindo a
manutenção de seus interesses e privilégios. Porém com a vitória de Getúlio
Vargas na Revolução de 1930, o coronelismo chega ao fim. Assim como ocorrera
com o Coronel João Cursino, de São José dos Campos, muitos mandatários foram depostos
de seus cargos políticos com o inicio da Era Vargas. Ainda que na década de
1930, os Tenentes que levaram Getúlio ao poder, estabelecessem conchavos com
setores dissidentes da oligarquia nordestina, o Brasil entrava em outra fase de
sua História, principalmente com o advento do Estado Novo em 1937. Até a
próxima.
Eddy Carlos.
Dicas para consultas.
BOTELHO e REIS, Ângela Vianna e Liana Maria. Dicionário Histórico Brasil. Autêntica.
Belo Horizonte, 2003.
LENCIONI, Benedito Sérgio. O Negro na História de Jacareí.
End. Santuário. Aparecida, 1988.
PAPALI, Maria Aparecida (Org). Câmara Municipal de São José dos Campos: Cidade e Poder. Col. História
e Cidade. Vol. II. Univap. São José dos Campos, 2009.
PASIN, José Luiz. Os
Barões do Café. Titulares do Império
no Vale do Paraíba Paulista. Vale Livros. Aparecida, 2001.
RAMOS, Agostinho. Pequena
História do Bananal. Imprensa Oficial. São Paulo, 1978.
TOLEDO, Francisco Sodero. Estrada Real. Caminho Novo
da Piedade. Alínea Editora. Campinas, 2009.
ZALUAR, Augusto
Emilio. Peregrinação pela Província de São Paulo (1860-1861). Biblioteca Histórica
Paulista. Vol. II. Livraria Martins Editora. São Paulo, 1976.
E-mail: eddycarlos@ymail.com
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